Eu não sei como acontece com você, mas quando entro em um prédio, seja em dia de trabalho ou seja de férias, começo me conectar visualmente com todo o Sistema de Proteção Contra Incêndio prédio. E por isso decidi montar este post.

Neste post trataremos de 10 instalações básicas do Sistema de Proteção Contra Incêndio nas edificações.

1 – SAÍDAS DE EMERGÊNCIAS

Saída de emergência
Saída de emergência

As saídas de emergência ou rota de saída de emergência ou ainda chamado por algumas literaturas como saída de desocupação de uma edificação é o caminho que deve ser percorrido por ocupantes para alcançar vias públicas.

Este caminho deve ser isolado, sinalizado, iluminado e principalmente, protegido do fogo e da fumaça por tempo o bastante que garanta que todos saiam daquela edificação em segurança.

A professora Rosária Ono da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP aponta que é ainda no Projeto Arquitetônico que são tomadas as principais medidas de segurança contra incêndio. Com este objetivo destaca-se os meios de movimentação interna.

Observe que quando olhamos por esse prisma, da segurança, fica fácil perceber que escadas e corredores devem ser largos.

Agora pense do lado do proprietário, do investidor, ele precisa de maior área possível habitável.

A largura da escada, por exemplo, irá afetar diretamente a lucratividade do negócio, por isso há uma necessidade de você se basear regulamentos para obrigá-los a garantir medidas mínimas adequadas.

2 – COMPARTIMENTAÇÃO

A compartimentação é um outro ponto que pode ser mais tocado pela arquitetura, a compartimentação consiste em dividir fisicamente por barreiras um ambiente do outro.

Formando como se fosse células impedindo que fogo passe para outra célula. 

O  objetivo desta proteção é dotar a edificação de meios de proteção passivo contra o fogo através dos seus elementos de construção, destinados a evitar, confinar ou minimizar a propagação do fogo, calor, gases e fumaça. 

Quais são seus objetivos gerais: 

  • Conter o fogo em seu ambiente de origem
  • Limitar o número de pessoas daquela edificação ao risco do fogo
  • Manter rotas de saída segura
  • Criar áreas de refúgio temporário, para ter mais tempo para deixar a edificação de forma segura;
  • Facilitar as operações de resgate e de combate ao fogo
  • Evitar ou retardar o colapso parcial ou total da edificação
  • Minimizar danos às estruturas vizinhas

Há dois tipos de compartimentação como você pode ver nas figuras:

A primeira é a compartimentação vertical, onde o objetivo é criar células que bloqueie a passagem da fumaça para ambientes vizinhos.

A segunda é a compartimentação vertical, com o objetivo de inibir que o fogo passe para o pavimento consecutivo. Essa compartimentação pode ser feitos por vias estruturais, implementando por exemplo, beirais na parte externa. Ou protegendo as partes internas com uso de selagem nos shafts.

3 – CONTROLE DE FUMAÇA

O Controle de Fumaça então é o sistema utilizado para confinar as fumaças e os gases quentes sob determinadas condições nas partes superiores dos ambientes por meio de barreiras como vigas, painéis ou cortinas e forçar seu caminho já predeterminado por dutos ou shafts, por meios naturais ou mecânicos para fora da edificação por aberturas ou extração específica.

O grande assassino dos incêndios são os gases e vapores produzidos pela queima do material combustível. Após um grande incêndio que aconteceu em 1957, em uma fábrica de carros nos EUA foram criados mecanismos por ventilação mecânica, que em caso de incêndio eram acionados e a fumaça desprendida de materiais que queimavam eram retirados do local e jogados para parte exterior. De lá pra cá este controle de fumaça evoluiu bastante com mecanismos mais eficientes e possibilidade de serem empregados em prédios.

4 – SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

Quando há queima de um material, quando há combustão, há alguns produtos gerados neste processo: Calor, Fumaça e Chamas. O Sistema de detecção tem o objetivo de acionar o quanto antes a população local para a possibilidade de existir um incêndio e desta forma as medidas necessárias sejam tomadas o quanto antes.

Então a definição: Constituído por um sistema de detectores que ao ser sensibilizado por ação de produtos físicos ou químicos resultantes da queima, independentemente da ação humana são acionados. Então alertam os ocupantes sobre a existência de um foco do fogo na edificação. Este sistema pode estar interligado com com outros equipamentos de proteção com o objetivo de aumentar a eficiência da garantia da vida e proteção do patrimônio.

De uma forma geral este sistema é composto por três sistemas principais:

  • Detecção, feito por botoeiras manuais ou sensores automáticos.
  • Processamento na central de alarmes
  • Aviso ou alerta através de dispositivos sonoros, visuais e podendo conter inclusive sistemas vibratórios.

5 – SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Sinalização de emergência ou de segurança contra incêndio é o conjunto de sinais visuais constituídos por símbolos, mensagens e cores definidas especificamente em uma NBR, a 13434 parte 1, 2 e 3. 

Sua localização deve ser planejada e posteriormente disposta no interior da edificação, com o objetivo de reduzir riscos de incêndio, alertar para locais com maiores riscos de fogo e instalada também com o objetivo de garantir que sejam tomadas as ações adequadas em situação de incêndio. As informações de localização de saída de emergência e de equipamentos de combate ao incêndio, assim como as medidas em caso de incêndio devem ser passadas de forma rápida, eficaz e segura.

6 – ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Em caso de incêndio a iluminação normal do prédio pode ser desligada, é para este momento que a iluminação de emergência foi pensada. Ela tem o objetivo de substituir essa iluminação existente, com fonte própria de energia e que assegure um tempo mínimo de funcionamento. 

Agora, não pode ser colocada em qualquer ponto, com qualquer luminosidade e ser comprado na loja da esquina. Ela deve cumprir projetos com base normativa e de exigências técnicas mínimas.

Importante: Estar fixada na parede e ligada à tomada não garante a eficiência exigida. 

Então quais são os objetivos deste sistema para ancorar ao

  • Identificar e sinalizar as saídas de emergência
  • Apontar obstáculos no caminho
  • Permitir o controle visual das áreas abandonadas para localizar pessoas impossibilitadas de se locomover
  • Iluminar ambientes onde se encontram equipamentos de combate a incêndio.
  • Sinalizar o topo da edificação para aviação comercial
  • Garantir manobras de segurança e intervenção do socorro.

7 – EXTINTORES

Os extintores provavelmente sejam o grande símbolo dos equipamentos de combate ao fogo. Os extintores são acionados manualmente, podendo ser portátil ou sobre rodas, que contém em seu interior um agente extintor que pode ser expelido por um agente propelente. Este extintor deve ser dirigido para o foco do fogo com o objetivo de controla-lo temporariamente ou extinguí-lo.

Perceba que para este aparelho tenha êxito é necessário algumas condições básicas, são elas:

  1. O fogo ser descoberto em seu início
  2. Das distribuições corretas
  3. Do uso correto do agente extintor de acordo com o material combustível
  4. Do combate ao fogo ser feito por pessoa que passou por treinamento
  5. Da manutenção adequada do equipamento.

É importante lembrar que se faz necessário um sistema planejado e não de um extintor simplesmente colocado de lado. 

O extintor de incêndio é classificado dentro de 4 principais variáveis:

  1. O Tipo de Agente Extintor
  2. A forma de Ação sobre o fogo
  3. A forma de pressurização
  4. A sua massa total  

E-book de Extintores de Incêndio Grátis!

8 – SISTEMAS DE HIDRANTES E DE MANGOTINHOS

Sistemas de hidrantes e de mangotinhos são sistemas rigidamente fixados na estrutura das edificações formado por uma rede de canalização e abrigos ou caixas de incêndio que contenham tomadas de incêndio com uma ou duas saídas de água, contém também válvulas de bloqueio, mangueiras de incêndio que podem ser mangueiras de hidrantes ou mangotinhos. Sempre instalados em locais estratégicos, que facilite o acesso de seus ocupantes para fazer o seu uso e combater manualmente o fogo. 

O objetivo pode ser extinguir ou controlar o fogo até a chegada de novas equipes internas ou externas e somar no combate com o objetivo de extingui-lo.

Dois cuidados importantes com este sistema gira em torno da manutenção e do treinamento correto para o uso adequado no momento da emergência. 

Este equipamento pode ter uma vazão e pressão alta que pode exigir maior força do usuário. Assim como conhecimentos básicos para o combate ao fogo onde a segurança seja a prioridade.

9 – SPRINKLERS

Os sprinklers, ou chuveiros automáticos, são equipamentos altamente eficientes, pesquisas comprovam sua eficiência em mais de 84% dos princípios de incêndio. Trata-se de um sistema constituído por uma reserva técnica, dutos ou tubos , válvula de alarme e bicos de chuveiros automáticos que ao serem acionados automaticamente, irão alarmar a população local, e ser ativado especificamente no ponto sensibilizado.

Os chuveiros automáticos podem ter bicos diferentes para cada tipo de material e estrutura a ser protegida, a variação dele pode ser feita com alteração da:

  • Sensibilidade térmica
  • Diferentes formas de orientação
  • Diferentes formas de operação
  • Resistência para operar em situações adversas.

10 – BRIGADA DE INCÊNDIO

A brigada de incêndio é composta por profissionais que trabalham diariamente em outras atividades e que estão com olhos mais atentos voltados para o sistema de proteção. A brigada de incêndio deve ser treinada de forma genérica com uso e manutenções básicas do sistema de proteção mas também serem direcionadas de forma bem específica aos riscos existentes na edificação que trabalham. Para isso é necessário que você busque os riscos e os processos que devem ser executados caso estes riscos venham a se materializar. Para isso monte um plano de emergência, treine com base nos riscos levantados e dimensione com base nos requisitos mínimos e se for apontado necessidade de um número maior de integrantes pelo plano de emergência busque mais profissionais para treinar.

Bom o meu objetivo foi concluído, apresentei a você 10 tipos de Sistema de Proteção Contra Incêndio mais requisitados pelas normas estaduais.

Mas se você tem alguma dúvida, deixe um comentário aqui embaixo. Eu demoro para responder, mas respondo.

Se você quiser se aprofundar mais, eu fiz quatro Seminários Online sobre segurança contra incêndio com várias abordagens. É um material muito rico e está disponível. Basta clicar aqui para adquirir o acesso.

Muito obrigado e lembre-se, vidas vem sempre em primeiro lugar.


Fabrício Nogueira
Fabrício Nogueira

Especialista em Normas de Segurança Contra Incêndio com experiência em treinamentos e grandes instalações desde 2010. Fundador do Canal Universidade Segurança Contra Incêndio. Engenheiro Produção Formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ